terça-feira, 14 de junho de 2011
A beleza negra tomou conta do Buffet Michele Mazzine, em Belo Horizonte |
Betina Borges teve a iniciativa de fundar o primeiro salão especializado em cabelos étnicos da cidade nos anos 80, pois se incomodou com a falta de mão de obra especializada em cabelo crespo. "Eu trabalhava em salões da região nobre e todas as vezes que chegava um negro querendo arrumar os cabelos, o salão dispensava, alegando que não sabia tratar de 'cabelos ruim'", relembra a empresária, que se formou cabeleireira pelo SENAC, graduou-se na universidade de Dudley, na Carolina do Norte, em Cosmetologia e Tricologia (estudo da fibra capilar). Durante anos, Betina conquistou diversos prêmios em concursos e propagou seus conhecimentos para cabeleireiros não só de Belo Horizonte, mas de todo o país. Ela também ensina gratuitamente, há dez anos, sua profissão a mulheres no aglomerado Pedreira Prado Lopes, localizado na região noroeste de Belo Horizonte. O salão, além de fazer a cabeça de negros e negras de Belo Horizonte há 25 anos, se tornou também um espaço educativo e político, e contribui para a construção coletiva da sociedade negra. "Muito mais que fazer os cabelos, elas fazem a cabeça", explica a professora da UFMG Nilma Lino Gomes, autora dos livros Sem perder a raiz - Corpo e cabelo como símbolo da identidade negra e Betina, ambos tendo Betina Borges como tema.
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